Muitas vezes duvidamos daquilo de que somos capazes. Quem não se questionou quando recebe uma má nota sobre aquilo de que é capaz? Quem não se questionou quando recebe uma crítica a um trabalho se merece essa crítica? A dúvida é uma excelente ferramenta introspectiva, mas será que duvidamos das coisas certas? Ou deveríamos saber colocar as questões de outro modo? Como colocar as questões certas?

questões certas

Quando estava a fazer o meu trabalho final de curso, o que seria equivalente ao mestrado actualmente, perante o que tinha feito, lembro-me de ter recebido uma página em Word de uma série de observações feitas pelo meu Orientador. Chorei nessa noite. Questionei se alguma vez seria capaz de fazer o trabalho. Comecei a duvidar de mim próprio. Chorei tanto que adormeci. Depois de ter repousado voltei para a faculdade e persisti. O resultado foi projectar e construir um túnel de vento, montar e pôr um injector de automóvel a funcionar, fazer visualização com Laser do escoamento das gotas do spray a incidir sobre uma superfície e tirar uma excelente nota. Cheguei nessa experiência à conclusão de que uma boa noite de sono pode resolver muita coisa.

A arte de questionar é uma das ferramentas mais poderosas na produtividade académica. Saber colocar as questões certas é um grande impulsionador de mais e melhor conhecimento. O problema é quando essas questões se voltam para nós e para o nosso desempenho.

As questões podem ser más quando tendem a reforçar o que assumimos sobre nós próprios, e quando arranjamos desculpas para não estarmos a atingir os resultados que queremos realmente. É importante saber colocar as questões certas. Por vezes, só não atingimos o que pretendemos porque não colocamos a questões como deveriam ser colocadas. Com base num podcast de Michael Hyatt, estas são as 5 estratégias para aprender a colocar as questões certas que adaptei ao contexto académico.

 

Estratégias para Colocar as Questões Certas

#1. Tomar consciência das questões que nos colocamos

Tomar consciência de algo é estabelecer um diálogo interior mental que acontece entre as orelhas. Há uma “voz” interior que insiste em comentar tudo o que acontece na nossa vida. E as interpretações que faz nem sempre estão corretas.

Uma coisa é aquilo que acontece. Outra é a experiência que fazemos e a interpretação que damos a essa experiência. Por vezes essa interpretação está errada sobre o que nós somos capazes e isso prejudica o nosso desempenho.

Assim, a primeira estratégia é tomar consciência das questões que nos colocamos, sem pensar nas respostas que interiormente damos.

#2. Avaliar as questões que nos colocamos

Será que as questões são boas? Aqui é importante saber distinguir questões boas de más questões.

Uma má questão faz de nós vítimas e tira-nos o controlo da situação. Deixa-nos bloqueados na terra da impossibilidade.

Uma boa questão, pelo contrário, devolve-nos o controlo da situação, desencalha o que estiver encalhado, dá-nos liberdade de agir e abre-nos a um mundo de possibilidades onde tudo pode acontecer. Uma boa questão liberta a nossa mente para ter pensamentos criativos e imaginar soluções novas ou diferentes para enfrentar os nossos problemas.

#3. Escolher a melhor questão

Tu és livre e possuis a capacidade de escolher a resposta a dar em cada situação. Muitas vezes parece que o mundo e os outros controlam cada aspecto da nossa vida. Mas não é assim.

Mesmo se te podem tirar muita coisa, ninguém te pode tirar a liberdade e a capacidade de responder aos desafios que tens diante de ti. Tu tens o controlo da situação quando tudo parece incontrolável. Tu controlas as questões que colocas. Se essas são más, e agora sabes o que distingue boas de más, rejeita-as. Escolha apenas as boas questões intencionalmente.

#4. Escreve as respostas

Se escolhes as boas questões, escreve as respostas que cobrem todas as possibilidades que te vêm à mente. O acto de escrever é criativo e sempre que os acontecimentos abalarem o teu desempenho, porque escreveste, podes sempre recordar as respostas que encontraste para as boas questões.

#5. Agir com base nas respostas

Não chega alterar a forma de pensar, se essa não se traduz em agir, em vida. Se tiveste um momento de inspiração quando escreveste as tuas respostas, é importante teres um momento de acção onde tomas a iniciativa de pôr as soluções que visionas para ti em prática.


DESAFIO

Pensa no teu desempenho académico e coloca as boas questões sobre o que podes fazer para atingir os teus objectivos. Depois, escreve as respostas num papel para te recordares nos momentos de maior dúvida.