Se tiveres duas tarefas para fazer escolhe a mais difícil. Esta é uma das sugestões mais comuns para melhorar a tua produtividade, e entendo porquê se pensar do ponto de vista da recompensa quando a completamos. Sabe melhor completar uma tarefa mais difícil, do que uma mais fácil. Mas, por vezes, a tarefa mais difícil é aquela que nos coloca fora da zona de conforto. E isso implica arriscar.

Diz o ditado português que “quem não arrisca, não petisca,” mas quantas vezes não preferimos mantermo-nos numa zona de conforto, disfarçada de zona de segurança? E quantas dessas vezes nos sentimos satisfeitos por não ter arriscado?

arriscar

 

 

Efeito de sair da zona de conforto

É verdade que a experiência do risco quando corre mal é traumática. Lembro-me de uma vez em que fui com a minha esposa andar de gaivota (um barco movido a pedais) num pequeno lago de um hotel na Curia. Tudo parecia romântico até percebermos que começou a meter água do lado dela. Com os aparelhos electrónicos que tínhamos nas mochilas e não querendo – naturalmente – ir ao banho numa água em que não se vê o fundo, imaginam… foi um desespero. Pedalámos para a margem o mais rápido que conseguimos e duas pessoas ajudaram-nos a sair do barco. Foi uma aventura. Não estava nos planos correr aquele risco, e a experiência foi traumática, mas o certo é que nos deu uma história que hoje nos leva a rir de satisfação.

É esse o efeito de sair da zona de conforto e arriscar: um sentimento de satisfação e realização. Só arriscando terás a oportunidade de crescer e conseguir coisas que antes não terias pensado.

 

Como arriscar saindo da zona de conforto

Por vezes penso como os estudantes poderiam experimentar sair da sua zona de conforto e desenvolver uma mente curiosa. A busca pelo exercício fácil, o trabalho que cumpre os mínimos, a participação silenciosa não te leva a experiências transformativas. Apenas mantêm-te na zona de conforto. Por outro lado, aqueles que experimentam e criam o hábito de sair da sua zona de conforto, falham, nem sempre conseguem, embatem-se com becos sem saída, mas ganham uma experiência importante sobre o que significa arriscar. Esses petiscam. Esses aprendem a sair da zona de conforto e a desenvolver capacidades importantes para o sucesso na vida académica e na futura vida profissional.

 

Desafio

Arrisca sair da tua zona de conforto e experimenta o resultado. Começa por responder a uma pergunta feita por um professor, mesmo que depois não seja a resposta correcta. Ou fazer uma pergunta quando algo não entendeste bem, em vez de pensar “mais tarde vejo isto.” Não é preciso assumir grandes riscos para ganharmos experiência em sair da zona de conforto. Bastam pequenas atitudes, pequenas vitórias, pequenas experiências. E com o passar do tempo, sentes gradualmente o valor que a experiência do risco traz ao teu desenvolvimento pessoal.

Quem aprende a sair da sua zona de conforto, falha, cai, mas isso serve apenas para quebrar a casca que o impede de sair do ovo e voar…


Questão: que valor tem para ti sair da zona de conforto? Partilha o que pensas nos comentários.


Referências

“Why frequent trips outside your comfort zone are so important”, Michael Hyatt