A memória é uma das capacidades humanas mais extraordinárias que acelera qualquer processo de aprendizagem. Tudo aquilo que somos hoje devemos a essa capacidade. A memória determina a qualidade das nossas decisões e, por isso, tem uma influência profunda sobre a nossa vida. Quem não gostaria de manter e melhorar a sua memória?

A memória é o fundamento de toda a aprendizagem, por isso, se não a mantemos “saudável” – por assim dizer – em vez de guardarmos a informação que aprendemos, processá-la e articulá-la, corremos o risco de a atirar para um poço sem fundo para nunca mais a vermos.

Ao contrário do que muitos possam pensar, a memória não é um talento, mas um hábito. Há quem tenha talento para umas coisas e não para outras, mas, como a memória é um hábito, podemos melhorá-la treinando.

Em acordo com Kevin Horsley, no seu “Unlimited Memory”, existem quatro pontos-chave a ter em conta quando pretendemos melhorar nossa memória.

1. Concentração

Actualmente vivemos imersos em distracções. A nossa capacidade de concentração resume-se muito à capacidade em lidar com as distracções. Pode ser uma mensagem no smartphone, um email, uma notificação de alguma rede social, ou mesmo quando alguém se dirige a nós num momento em que estamos focados.

É preciso saber usar cada vez mais e melhor a nossa vontade, de modo a ser nós a controlar as fontes de distração e não o inverso. A capacidade de te concentrares é feitas de muitas pequenas escolhas praticada com consistência. E se pensas que não tens capacidade de te concentrares, não desistas. Tudo depende de teres uma razão para tudo o que fazes. [tweet_box design=”box_03″ float=”none”]Se encontras a razão, encontras a motivação.[/tweet_box]

2. Criação de imagens

A memória é um processo criativo, não um processo fotográfico. Por vezes num exame sabemos perfeitamente em que página do livro, ou apontamentos, se encontra a resposta, mas não nos lembramos do conteúdo página que é, precisamente, o que precisamos de saber. Para isso é necessário que a informação se torne vida.

Lembras-te do último filme que foste ver? Se gostaste do filme, acredito que consigas falar a alguém de detalhes que não passariam na cabeça de ninguém. A nossa memória é muito visual. Por isso, uma forma de a melhorar é associar imagens, construir um filme na nossa cabeça, ou seja, ser criativo na passagem da informação para a visualização. Isso vale muito mais do que uma memória fotográfica.

O neuroscientista John Medina afirma,

“Escuta uma informação e três dias depois lembrar-te-ás de 10%. Adiciona-lhe uma imagem e lembrar-te-ás de 65%.”

3. Ligar conceitos

Se um dos segredos para uma excelente memória consiste em traduzir a informação em vida com a nossa imaginação, o segredo para uma aprendizagem mais rápida é uma organização superior. E parte dessa maior organização depende de ligar conceitos.

Quando ligamos um conceito a uma parte do nosso corpo, ou lugar onde estivemos, na prática, estamos a associar a informação que queremos memorizar a uma experiência. Se formos criativos em construir uma viagem com a informação através de associações entre imagens e conceitos, criamos uma experiência mais simples e fácil de memorizar.

4. Uso continuado

Mas o mais importante em melhorar a memória é praticar. Quando mais praticarmos, melhor nos tornamos na capacidade de memorizar.

DESAFIO: Experimenta pegar numa informação que gostarias de memorizar e imagina um filme que lhe dê vida.