Pode ser numa aula, palestra, acção de formação, ou numa simples reunião. Tirar notas é transformar a linguagem verbal em algo visual. É o modo de meter tinta no papel com o que compreendermos do que ouvimos… ou mesmo um modo de nos mantermos acordados quando a aula é – digamos – mais difícil de seguir do que o normal.

Tirar notas

Recentemente estive numa conferência internacional na minha área de investigação e uma das Keynotes, ou seja, umas das palestras principais de destaque na conferência foi dos tais casos em que era difícil seguir. A um dado momento, tirar notas foi a única forma de me manter minimamente desperto. Há dias assim.

O ponto central está na importância de tirar notas em qualquer processo de aprendizagem, compreensão ou brainstorming. Mas nem sempre é evidente qual o melhor método que te pode ajudar a apreender melhor e reter mais as ideias. Só o facto de traduzires algo que pensas num formato visual marca a diferença, mas o modo como o fazes também faz.

Existem várias técnicas para tirar notas e o essencial é que escolhas a que mais se adapta a ti. Estas são 5 possibilidades.

 

1. Tirar Notas por Tópicos

Em inglês este método designa-se por outline. A idea é anotar o conteúdo por tópicos. É uma técnica indicada para quando o assunto possui uma lógica sequencial e hierárquica. Por exemplo, se quisesse escrever estas ideias sobre o outline por tópicos faria:

OUTLINE

  • conteúdo por tópicos
  • técnica a usar quando lógica é
    • sequencial
    • hierárquica

 

2. O método Cornell

Este método consiste em dividir a folha em 3 partes. Primeiro destacas um rectângulo na horizontal pequeno no fundo da página (Área 3), e o espaço que sobra divides na vertical em dois, mas não a meio. O lado esquerdo (Área 1) seria mais pequeno que o direito (Área 2).

  • A Área 1 designa-se por “Deixas” (Cue em inglês)
  • a Área 2 por “Notas”,
  • e a Área 3 por “Sumário”.

Na Área 2 colocas as notas que tiras durante a aula usando, por exemplo, o método por tópicos ou outline.

Na Área 1 escreves questões inspiraras nas notas.

E na Área 3, chegado o fim da aula sintetizas – enquanto está fresco – o que se falou na forma de um sumário.

Método Cornell

3. Mapear a mente, mais conhecido por Mindmap

Quando existem uma série de tópicos relacionados entre si, mas não há hierarquia, ou uma lógica evidente, o mindmap é a técnica indicada. A partir de um tópico central surgem outros vários que se ramificam do geral para o detalhe.

Mindmap

4. Slides – o método menos resistente

Se tiveres sorte e o professor te der os slides antes da aula podes tirar notas numa parte lateral, ou no próprio slide. Na prática, uma boa parte do trabalho está feita porque o que é dado na aula já está no slide. Tu apenas tens de anotar a interpretação que fazes.

O senão é que, sendo menos resistente a tirar notas, corres o risco de tirar menos notas e, assim, diminuir o valor do esforço de interpretar para anotar. Esse esforço é positivo para reter na memória aquilo que aprendemos, daí ser necessário ter algum cuidado com este método para não diminuir esse esforço.

 

5. Sketchnotes – do verbal ao visual

Na minha opinião deixei o melhor para o fim. Tirar notas por esquemas é um método que vale muito a pena explorar e treinar. Penso ser um dos melhores para melhorar a retenção daquilo que aprendes na memória.

Na prática é um método onde a maior parte dos outro pode fluir. No sketchnoting podes usar tópicos, mindmaps, deixas, sumários, só o slides é que dificilmente entram.

“É preciso desenhar bem?” Nem por isso. Como diz Doug Neill

“o objetivo de tirar notas não é que fiquem bonitas, mas que sejam úteis.”

Este é um método onde me parece valer a pena investir. Daí que recomende vivamente consultarem o site do Doug, www.verbaltovisual.com, por ser um mestre nesta área.


Não esqueças que o melhor método é sempre aquele que for melhor para ti e com o qual sentes que aprender se torna mais fácil, interessante e permite reter mais na tua memória.


Questão: qual o método que sentes ser melhor para ti?