Há quem goste de ler. Há quem não goste. Mas todos reconhecemos a importância que a leitura tem quando aprendemos alguma coisa. Mas quando nos deparamos com um livro grosso, ou com uma grande quantidade de livros que “temos” de ler, podemos desmotivar por ser demais, ou por termos pouco tempo para ler. Assim, o desafio está em aprender a ler rápido e compreender bem aquilo que se lê.

Ler rápido

Partilho-te quatro sugestões.

Ter consciência plena ou mindful

Ler mais rápido implica uma grande capacidade de focar e concentrar evitando o ruído exterior e as distracções. Essas distracções podem ser exteriores como notificações sonoras, ou mesmo visuais, nos dispositivos electrónicos, ou simplesmente a confusão dentro de casa 🙂

Quanto a esta última pouco há a fazer senão procurar pelo sítio mais sossegado, por vezes, uma ida ao WC… mas no caso das notificações, basta colocar esses dispositivos em modo de voo durante o período de leitura.

Em relação às distracções interiores pode acontecer que a nossa mente comece a vaguear por pensamentos como “qual será o almoço”, ou “será que fiz aquilo?” Nesses caso, há que voltar ao texto focando numa palavra e noutra até tomarmos consciência de que voltámos a “entrar” – por assim dizer – no livro que estamos a ler.

A lentidão na leitura ocorre, por vezes, quando voltamos atrás pelo facto de nos termos distraído por um momento, ou quando o fazemos propositadamente. Isto é, quando lemos o texto desfocado para ter uma ideia geral do conteúdo, e depois voltamos atrás para o ler de novo. Uma técnica conhecida por regressão. Esta acaba por tornar a leitura mais lenta e não permite a visão do todo. Uma leitura mais focada permite identificar melhor alguma parte do texto que entendes menos e discernir se vale a pena lê-la de novo.

Não vale a pena ler tudo

A maior parte das pessoas lê em pedaços de 3.5 a 4 cm com o movimento dos olhos, correspondendo entre 3 a 5 palavras, dependendo do tamanho da página e da letra. Para ler mais rápido basta evitar ler palavra a palavra (a não ser que seja esse o objectivo como, por exemplo, numa meditação), e ler antes por blocos de três a cinco palavras.

Isto significa tomar partido da nossa visão periférica que nos leva a ler num comprimento mais curto no interior do texto, e não a partir do limite da margem de texto até ao limite oposto. Há quem use o dedo ou a ponta de uma caneta para treinar esta técnica.

Se experimentares ler em voz baixa, ou silenciosamente pronunciares as palavras na cabeça, verificarás como isso diminui substancialmente a velocidade de leitura, bem como podes distrair-te em relação ao argumento do escritor.

Se houver secções que sentes não contribuirem para o argumento principal do capítulo ou livro, o melhor é saltá-las.

Para compreender melhor

O passo do melhoramento da compreensão implica sempre algo mais. Um esforço maior que envolve não só a leitura, mas pode implicar algum trabalho escrito. Existem duas sugestões simples.

A primeira sugestão consiste em fazeres uma síntese daquilo que leste escrevendo um parágrafo, desenhando em scketchnoting, ou mesmo fazendo um mindmap. A segunda sugestão – e a mais fácil – será partilhar com alguém aquilo que leste. Sim, isso é algo que depende da paciência daquele que ouve, mas se lhe explicares que faz parte do teu processo de aprendizagem em ler mais rápido e bem, creio que não hesitará em ajudar-te.

 

Agendar e temporizar a prática

Por fim, o melhor modo de aprender é praticar. Mas se o teu objectivo é aprender a ler mais rápido e compreender melhor, então, encará-lo a sério implica ser sistemático. Nesse sentido, uma sugestão é agendar os períodos de leitura e definir um intervalo de tempo para isso.

Porém, mais importante do que tudo isto que escrevi até aqui é o gozo de ler. Se não o tens, agendar e temporizar parecem atitudes “frias” e demasiado racionais, mas com o tempo são a melhor estratégia para desenvolver, também, o gosto pela leitura.