Os desafios que o tempo nos coloca são grandes. Existe o tempo que controlamos, mas que pode ficar descontrolado. E existe o tempo que não controlamos e com o qual temos alguma dificuldade em lidar. Depois, há quem diga que mais importante do que gerir o tempo é gerir a nós próprios. Importante, mas insuficiente.

Tempo: controlar ou não, eis a questão

O tempo é hoje um bem mais precioso do que o dinheiro que tens no bolso. Oiço mais pessoas a queixarem-se da falta de tempo do que de outra coisa qualquer. Porém, não me lembro de se falar tanto de gestão do tempo como actualmente.

Sobretudo na vida académica ouve-se “não houve tempo para estudar para esta disciplina porque tive de estudar para outra.” Ou “não tive tempo suficiente para completar um exercício no exame.” E podíamos mencionar muitas outras situações em que o tempo é um factor crítico do desempenho académico e profissional.

Ao pensar um pouco sobre isto verifiquei que existem 2 focos relacionados com a forma de lidar com o tempo. Ou 1) controlas, ou 2) não controlas. Talvez a questão esteja mais em aprender a lidar com o tempo, do que em geri-lo.

 

O tempo que não se controla

Há factores exteriores associados ao tempo que não controlas. Alguns exemplos muito simples. Solicitações. Trânsito. Acontecimentos inesperados que exigem a nossa atenção. Nuns casos são os outros que pedem o nosso tempo, noutros casos geram-se tempos “mortos”. Há ainda momentos em que temos algo planeado, mas o trabalho que exige foi sub-dimensionado, logo, o tempo derrapa e perdemos o controlo.

Aprender a dizer não com respeito

O tempo é um dom inestimável e inevitável. É no tempo que se desenrola tudo “o que” fazemos, “como” fazemos e, sobretudo, “porque” fazemos. Significa que se não controlas o tempo é importante respeitá-lo e ajudar os outros a fazer o mesmo.

Por vezes isso implica um “não” da nossa parte ao tempo que outros nos pedem. Porém, tal como no sinal ±, o negativo sublinha o positivo, mais importante do que dizer “não” ao tempo a dar ao outro é ajudá-lo a descobrir o “sim” que dás ao respeito pelo teu tempo.

Exercitar a meditação produtiva

Existem momentos como o trânsito, ou uma fila de supermercado, ou à espera de ser atendido que consomem tempo que não controlas. O primeiro impulso é puxar do smartphone e ver e-mails, navegar pela net ou imergir nas redes sociais. Resiste.

Um tempo de espera é perfeito para fazeres uma meditação produtiva como a definida por Cal Newport e que explorei noutro artigo.

 

O tempo que se controla

Depois, existem factores interiores associados ao tempo que controlas, mas perdes. (Des)motivação. Procrastinação (adiar algo para mais tarde).

Planear

”What gets scheduled, gets done.” – afirma Michael Hyatt mostrando a importância de planear aquilo que temos para fazer. Mesmo que estejas desmotivado, ou motivado em coisas que te desviam do que tens para fazer, de tal modo que entras numa onda de procrastinar, penso no seguinte. Cumpres o período das refeições, certo? Pois, se não comeres, não sobrevives.

Planear é um primeiro passo para respeitar o tempo que te é dado. Como a frase colocada na boca de Gandalf no Senhor dos Anéis ”All you have to decide is what to do with the time that is given to you.”

Mas isso só se torna possível com…

Compromisso

O acto voluntário de fazer o que decides. É essencial re-descobrir o valor e potência do compromisso. Além de ser uma garantia de sucesso, é uma mais-valia no teu desenvolvimento pessoal. Cumprir o que está planeado é valorizar e respeitar o tempo no sentido mais profundo.


Questão: tens alguma experiência sobre os desafios ao tempo que controlas e não controlas? Partilha-as nos comentários abaixo.